segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

# 8, # 9 e #10

Poeminhas de Bar


#8


Simbólico

Simbiótico

Estrambólico

Robótico

Luminoso e Caótico

Como o neon vermelho-piscante de um bordel católico.


(Sissi Venturin, Diones Camargo, Kalisy Cabeda)


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#9


Não há como querer mais

Quando nem sequer começou.


(Autor Desconhecido - Nível Máximo de Bebedeira!)


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#10


O mistério da minha saúde adverte:

Incensos coloridos e artesanais

Evitam cálculos renais,

Geometrias abdominais

E nonsenses ancestrais


(Kalisy Cabeda e Diones Camargo)

domingo, 27 de dezembro de 2009

# 7

Poeminha de bar #7



A minha vida

É uma dança

Que se move

Como o diafragma de Shiva.



Trishula!

Gira, gira, gira

Às vezes sobe,

Às vezes desce,

E se incendeia e se desfaz e prevalece



E sempre

Acaba

No mesmo

Lugar. Ômmmmmmmm



(Diones Camargo e Kalisy Cabeda)

# 6

Após uma longa pausa, cá estou eu de volta com aqueles poeminhas embriagados. Vou tentar postar todos do caderno antes de 2009 terminar, conforme havia prometido (clique aqui). Se eu não conseguir, não fiquem irritados comigo, ok? Lembrem-se apenas que sou procrastinador como qualquer um de vocês aí. Agora, se por acaso esse pensamento não os agradar, aproveitem e iniciem uma mudança radical em 2010, buscando ser o melhor possível! Da minha parte, só posso garantir que é o que eu venho tentando esse tempo todo... mas acabo sempre acabo deixando pra depois.


PS da Crítica Especializada: Atenção ao tom Plathiano à la Sexy Hot dos três últimos versos do poema. :D



Poeminha de Bar # 6



Barbas azuis

roçam

a minha cabeceira.



Suas bocas,

bafos de menta.

Suas orelhas

possuídas por pérolas

rondam a hora do adeus



Num telefone ocupado

A concha vazia -

Carcaças de navios negreiros.

Sem nenhum receio

Me banho em leite

E me sinto, me sinto, me sinto.



(Kalisy Cabeda e Diones Camargo)


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Comentário sobre ALICE

A Gaby Benedyct foi à Fazendinha. Esteve no Chá de ALICE e postou um comentário que me deixou feliz feliz. Divido com meus colegas criadores de ALICE as honras. O comentário está nos blogs:
www.azulgaleria.com.br
www.artistasgauchos.com.br

e abaixo:


ALICE de Sissi Venturin – Hibridismos entre Teatro e Artes Visuais

Assisti a última montagem da atriz e criadora Sissi Venturin, uma Alice no País das Maravilhas livremente adaptada da obra de Lewis Carroll. Uma apresentação/pré-estréia pra lá de VIP numa destas festas retiradas, numa fazenda onde só foi quem ficou sabendo ou conhecia o Coelho...

Todo o local em si já era mágico: um campo enorme iluminado por tochas, ambiente surreal perfeito para a montagem de uma lona iluminada no meio das árvores e onde o palco era demarcado por louça de chá. O público que se atinou primeiro, ao mesmo tempo platéia era também convidado do/da Chapeleiro Louco; os demais se acomodaram logo atrás, todos sentados em círculo sobre a lona no chão. No centro da lona, projeção. Nos pratos, novelos de lã, aspecto cênico não por acaso que se mostra fio condutor e coadjuvante da história adaptada por Sissi.

Dizer que eu farei uma análise crítica dos aspectos dramáticos desta apresentação seria ingênua presunção da minha parte já que, com certeza, críticos da área tem mais qualificação do que eu pra isso, mas, ouso, a partir de meus conhecimentos e experiências em artes visuais, e atuais estudos sobre performance, registrar impressões sobre este trabalho tão belo e ao mesmo tempo uma guilhotinada na mente. Logo, entenda-se minhas descrições visuais...

A concepção de figurinos, acessórios de cena, cenários, é ao mesmo tempo simples e sofisticada, já que tudo se passa sob uma lona iluminada ao ar livre, sem os recursos que bastidores de um teatro possam esconder. Pelo contrário, altamente criativos, Sissi e equipe (veja ficha técnica abaixo) trabalham fazendo-nos esquecer que trata-se de um monólogo, tal intensidade do ritmo criado pelas ricas sugestões visuais mescladas com a interpretação. A concepção de luz, e principalmente as projeções, são fundamentais para a construção das cenas, onde também vários momentos interagem ou mesmo substituem a atriz, protagonizando a ação, desviando/seduzindo nossa atenção enquanto ela troca de figurino.

E já que citei o monólogo, sustentado por Sissi, ao meu ver, magistralmente, com variações de ritmos, sutilezas sussurradas contrapostas por estridentes ânsias, com evidentes nuances de personagens, sua musicalidade sinistra e ao mesmo tempo sereia, mas enfim, essa não é minha área....ressalto seu domínio corporal/visual para a construção do momento Lagarta. Tenho certeza que todos na platéia viam em sua frente uma lagarta fumegante que se alternava simultaneamente com uma Alice curiosa, gerada apenas com a sugestão do próprio corpo da atriz. Ao final da cena, a forma como Sissi arqueia costas, seu movimento, demonstra estudo minucioso que não deixa dúvidas sobre o inseto fabuloso e atriz profissional que vemos. Afinal, não é de agora que Sissi mostra o quanto se entrega a seus personagens, não poupando corpo ou esforços para entregar ao público uma interpretação cujo limite é a absoluta imersão no personagem.

Sem querer estragar maiores surpresas, a fábula segue com corações que são compartilhados com o público, uma explosão de mashmellows e um cortar de cabeças aterrorizantes de uma enlouquecida rainha de copas. Não posso deixar de falar do figurino genial dessa rainha, com uma coroa que remete às relações entre loucura e poder pra lá de feminina, seu olhar de espelhos que sem focar ninguém também sugere uma engraçada cegueira e também de sua gola vitoriana que lhe permite morrer muitas vezes em cena. Depois dela, resta um final apoteótico que te deixa solitário em meio de uma fábula que se desvanece. Ficamos Alice´s....

Por último, esclareço que não sou parente nem amiga próxima, mal a conheço, no máximo posso dizer que sou muito fã e agradecida por proporcionar momentos de deslocamento da realidade com arte de boa qualidade. Logo, a quem me proporciona isto, justifica este texto para indicar aos meus amigos que corram pra ver quando ouvirem falar de futuras novas estréias (a princípio, prevista pra março 2010).

ALICE:
uma reflexão performática sobre a obra de Lewis Carroll
de Sissi Venturin
Cia. Espaço em BRANCO
Iluminação: Leonardo Machado
Operação de video e áudio: Leonardo Remor
Videos:
Concepção: Sissi Venturin
Direção: Leonardo Remor
Fotografia e Montagem: Tiago Coelho
Finalização de video e áudio: Marcos Lopes
Colaboração criativa, afetiva e intuitiva:
Marina Mendo
e João de Ricardo


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O murmúrio... dos chafarizes...

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O murmúrio...


dos chafarizes...


"A lua na sarjeta"
hoje eu recomendo A Lua na Sarjeta

(o filme é de Jean Jacques Beineix)

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

.

o tempo é meu melhor amigo.

mesmo que às vezes eu não entenda o seu humor.

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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Björk - Wanderlust

:: Fazendinha:: sábado::



sábado, 19 dezembro

FAZENDINHA


PERFORMANCE
SISSI VENTURIN, livremente inspirada em ALICE de Lewis Carroll

DISCOTECAGEM
POOF
KEKA
LISANDRO BELLOTTO
& CONVIDADOS

BUTECO DA BARBARELA
com doses do famoso "PECADO"
brut geladissimo estará a tua espera, mas leva a tua taça.

VIDEOARTE
UM ANIMAL MENOR, de marcos contreras e pedro harres
SOBRE UM DIA QUALQUER, de leonardo remor

e tem o buraco da alice, o chá com alice, lago, vaquinhas, ovelhas e bedrooms pela mata
cartas falantes, cogumelos, caldinhos na madrugada

E QUANTO CUSTA?

20 reais para quem for com o bus do senhor coelho.
10 reais para os demais.


DETALHES DO ÔNIBUS
reserva teu lugar mandando o nome para um dos emails:

arqtipo@gmail.com
barbarelanicola@gmail.com

a lista de lugares já está rolando e são apenas 50 vagas.
o senhor coelho estará em frente ao jekyll, e parte 22 horas em direção à FAZENDINHA.
pague seu ingresso e embarque no expresso dos espelhos.

PARA QUEM VAI DE CARRO
segue um mapa esquemático extremamente didático.
na dúvida, serviço telefonico de orientação constam no MAPA.


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

mais água

Antes do aparecimento do espelho a pessoa não conhecia o próprio rosto senão refletido nas águas de um lago. Depois de certo tempo cada um é responsável pela cara que tem. Vou olhar agora a minha. É um rosto nu. E quando penso que inexiste um igual ao meu no mundo, fico de susto alegre. Nem nunca haverá. Nunca é o impossível. Gosto de nunca. Também gosto de sempre. Que há entre nunca e sempre que os liga tão indiretamente e intimamente?
No fundo de tudo há a aleluia.
Este instante é. Você que me lê é.
Custa-me crer que eu morra. Pois estou borbulhante numa frescura frígida. Minha vida vai ser longuíssima porque cada instante é. A impressão é que estou para nascer e não consigo.

Clarice Lispector

domingo, 6 de dezembro de 2009

denise bourgeois

"Salve-me de meu suicídio, pai, que te salvarei de teu egoísmo"
Louise Bourgeois por Denise Stoklos



Denise está intensa e exagerada como sabe ser (ela mesma fala sobre o exagero na peça), o texto é amargo raivoso e engraçado, deu vontade de ler o livro, a peça foi fazendo mais sentido com o passar do tempo... até agora...


Hoje tem de novo, última apresentação da turne.
Denise Stoklos em "Louise Bourgeois: Faço, Desfaço, Refaço"
Theatro São Pedro - Poa/RS
06 de dezembro - domingo
às 18h

Galeria R$ 10,00, Camarote R$ 20,00, Platéia R$ 50,00
(Dica infame: comprei galeria e sentei na terceira fila da platéia!)

sábado, 5 de dezembro de 2009

!. A Kalisy ganhou o Prêmio .!

Kalisy, eeeeeeee

A Kalisy Cabeda recebeu o Troféu Histórias Curtas de Melhor Atriz pelo filme "Sem Sinal" de Vicente Moreno. O filme venceu outros oito prêmios! É muito lindo o filme.



(na foto, Roger Canal e Kalisy Cabeda, em temporada de teresa na sala álvaro moreyra)

ohnirassap ocitsàlp ocas mu e arof àl edrev è erovrà a

a árvore é verde lá fora
e um saco plástico passarinho

Vestibular 2010 UERGS

Estão abertas as inscrições para os cursos de Artes (entre outros) da Universidade Estadual do RS (UERGS)

- Dança
- Música
- Teatro
- Artes Visuais

Entre aqui no site

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

o mundo maravilhoso



no blog do homem existem tesouros míticos, alucinações
.homemquenao.blogspot.

domingo, 29 de novembro de 2009

reflexo

escovar os dentes com a outra mão

domingo, 22 de novembro de 2009

summertime

Duchamp xadrez


Página 234 :: a obra exposta

(...)
“Foi uma batalha gloriosa, não?” disse o Cavaleiro Branco, aproximando-se ofegante.
“Não sei”, disse Alice, hesitante. “Não quero ser prisioneira de ninguém. Quero ser uma Rainha.”
“E será, quando tiver transposto o próximo riacho”, disse o Cavaleiro Branco. “Vou levá-la em segurança até a orla do bosque... e depois tenho de voltar. É o fim do meu movimento.”
“Muito obrigada”, disse Alice. “Posso ajudá-lo a tirar o elmo?” Evidentemente aquilo era demais para ele fazer sozinho; mas finalmente ela conseguiu livrá-lo do apetrecho.
“Assim fica mais fácil de respirar”, disse o Cavaleiro, jogando seu cabelo desgrenhado para trás com as duas mãos e voltando para Alice seu rosto bondoso e seus olhos grandes e meigos. Ela pensou que nunca tinha visto um soldado tão estranho em toda a sua vida.
(...)

“Mas são dois tipos diferentes de engasgo”, Alice objetou.
O Cavaleiro sacudiu a cabeça. “Comigo, eram engasgos de todo o tipo, posso lhe garantir!” disse. Ergueu as mãos num certo arrebatamento ao dizer isso, e instantaneamente rolou da sela e caiu de cabeça num fosso fundo.
Alice correu para a borda do fosso para procurá-lo. Estava muito espantada com a queda, pois por algum tempo ele se saíra muito bem, e temia que dessa vez estivesse realmente machucado. Contudo, embora só pudesse ver as solas dos seus sapatos, ficou muito aliviada ao ouvi-lo falar num tom habitual: “Todos os tipos de engasgo”, ele repetiu, “Mas foi negligência dele pôr o elmo de outro homem... com o homem dentro, ainda por cima.”
“Como consegue falar tão calmamente de cabeça para baixo?” Alice perguntou, enquanto o puxava pelos pés e o deitava num monte na borda do fosso.
O Cavaleiro pareceu surpreso com a pergunta. “Que me importa onde está meu corpo?” disse. “Minha mente continua trabalhando do mesmo jeito. Na verdade, quanto mais de cabeça para baixo estou, mais invento coisas novas.”
“Veja, a coisa mais engenhosa desse tipo que já fiz”, continuou após uma pausa, “foi inventar um novo pudim enquanto a carne estava sendo servida.”
(...)
Alice só pode ficar perplexa; estava pensando no pudim.
“Parece triste”, disse o Cavaleiro, aflito. “Deixe-me cantar uma canção para consolá-la.”
“É muito comprida?” Alice perguntou, porque já tinha ouvido um bocado de poesia aquele dia.
“É comprida”, disse o Cavaleiro, “mas muito, muito bonita. Todos os que me ouvem cantá-la... ficam com lágrimas nos olhos, ou...”
“Ou o quê?” Quis saber Alice, pois o Cavaleiro fizera uma súbita pausa.
“Ou não, é claro.”
(...)
De todas as coisas estranhas que Alice viu em sua viagem através do Espelho, esta foi a de que sempre se lembraria mais nitidamente. Anos depois seria capaz de evocar toda a cena, como se tivesse acontecido na véspera: os meigos olhos azuis e o sorriso gentil do Cavaleiro... a luz do poente cintilando através do cabelo dele, e iluminando-lhe a armadura num esplendor de luz que a deixava inteiramente ofuscada... o cavalo andando calmamente em volta, com as rédeas pendendo soltas do pescoço, mordiscando o capim a seus pés... e as sombras negras do bosque ao fundo... Tudo isso ela observou como um quadro, quando, com uma mão protegendo os olhos, encostou-se numa árvore, observando o estranho par e ouvindo, como num sonho, a música triste da canção.
“Mas a melodia não é invenção dele”, disse para si mesma, “é ‘Eu lhe darei tudo, mas não posso dar’.” Ficou quieta e ouviu, com muita atenção, mas nenhuma lágrima lhe veio aos olhos.
(...)
Ao cantar as últimas palavras da balada, o Cavaleiro empurrou as rédeas e virou a cabeça para o lado da estrada pela qual tinham vindo. “Você só precisa andar alguns metros”, disse, “morro abaixo e transpor aquele riachinho, e então será uma Rainha... Mas antes vai ficar e me ver partir?” acrescentou, quando Alice se virou muito animada para a direção que ele apontara. “Não vou demorar. Vai esperar e acenar com seu lenço quando eu chegar àquela curva da estrada? Acho que isso me daria coragem, sabe.”
“Claro que vou esperar”, disse Alice, “e muito obrigada por ter vindo tão longe... e pela canção... gostei muito dela.”
“Espero”, disse o Cavaleiro, sem muita convicção. “Mas não chorou tanto quanto eu pensei que choraria.”
Assim, apertaram-se as mãos e em seguida o Cavaleiro rumou lentamente para o interior do bosque. “Não vou demorar muito para vê-lo cair, tenho certeza”, Alice disse de si para si. “Pronto! Bem de ponta-cabeça, como de costume! No entanto, monta de novo com muita facilidade... isso porque tem tantas coisas penduradas em torno do cavalo...” Assim ficou, falando consigo mesma, enquanto olhava o cavalo a marchar pachorrento pela estrada e o Cavaleiro a levar trambolhões, primeiro de um lado, depois de outro. Após o quarto ou quinto tombo ele chegou à curva, e então ela lhe acenou com seu lenço e esperou até que sumisse de vista.
“Espero que isso o tenha encorajado”, disse enquanto se virava para correr morro abaixo.


“Alice através do Espelho”, capítulo 8: “É uma invenção minha”
– O Cavaleiro Branco é Lewis Carroll



sábado, 21 de novembro de 2009

# 5

Poeminha de Bar #5



As bolinhas da camisa:

cumplíces das ebolições escondidas.


(Sissi Venturin e Kalisy Cabeda)


Até amanhã. ;-)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

# 4

Poeminha de Bar #4



Para fluir,

Há que fugir

Do beco,

Sair do canto,

Cair.



(Sissi Venturin)

Até amanhã. ;-)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

# 3 Desejo Oitentista

Publicado originalmente no blog normal people BORE ME


Poeminha de Bar #3


O meu OB irradia

ondas de íons e elétrons

que decifram

a radiografia do meu desejo Chernobyl.



Contamino os homens que se aproximam,

que mordem os lábios e mostram os dentes,

mas que no fim

sucumbem, frios.



O meu amor é pulsante.

Devasto cidades e aldeias,

sempre à procura

daquilo que me foi prometido

mas que nunca, nunca, nunca.



(Kalisy Cabeda e Diones Camargo)


Até amanhã. ;-)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A Aceitação do Caos e o Suicídio do Cotidiano*


*Texto publicado originalmente no blog normal peolple BORE ME


"Eu aceito o caos. Só não tenho certeza se ele me aceita.", disse certa vez o Dylan ou o Rimbaud, não sei ao certo. Pois dia desses, mexendo na bagunça que acumulo na minha estante, encontrei um pequeno caderno de anotações. Ao folheá-lo, lembrei de um determinado período deste ano: era lá por Abril ou Maio; fazíamos a segunda temporada consecutiva de Teresa e o Aquário, na Sala Álvaro Moreyra. Sissi, Leo, Kalisy, João, Bruno, Lisandro, Roger e eu costumávamos sair do teatro pra irmos jantar juntos e depois beber em bares por aí, aproveitando esses momentos em que um objetivo comum nos reunia. E assim, sorvendo o quanto nossos trocados e moedas ainda podiam nos presentear, esquecíamos - como é costume - as decepções e angústias que cada um trazia consigo e que, naquela época, ainda era pulsante para alguns de nós. Nessas noites, onde só o que restava era seguir o imperativo do tempo e esperar que ele mesmo - causador de certos ferimentos - fizesse seus curativos invisíveis, nós confrontávamos a tristeza com álcool e gargalhadas ferozes (algo do tipo: "se ela é foda, eu sou ainda mais!").

E foi durante uma dessas noites inspiradas que inventamos um jogo: a partir de palavras aleatórias e sem qualquer obrigação ou regra específica, exceto o divertimento, criávamos pequenos textos poéticos. Pequenos regurgitamentos de memórias, imagens e sonoridades que pulavam - elas também - bêbadas sobre a mesa; se a um ocorria algo, outros acrescentavam palavras e frases, mexiam aqui e ali na estrutura, num processo de anotação rápida como relâmpagos de inspiração que nos esforçávamos pra registrar - sabedores que somos da brevidade dos instantes.

Assim, noite após noite, foram surgindo os textos e os desenhos que hoje tenho guardados nas páginas destes cadernos. Assim também, misturados uns aos outros, organizamos a nossa ode ao caos e à indisciplina; rabiscos com garranchos ilegíveis, que denotam mais a empolgação daqueles instantes do que o descuido da pressa. Objetos raros, que trazem em si um pouco da imaginação de cada um, e de todos nós como um grupo conectado. E esses momentos despretensiosos - e às vezes até ingênuos - serão sempre lembrados por mim como momentos vividos entre amigos, onde os drinks e a liberdade criativa nos davam o que de mais divertido podemos ter na vida: a sensação de que no fundo o que fazemos é (e sempre será, devido à sua própria natureza) uma grande brincadeira - nonsense, talvez, mas imensamente prazerosa - apesar das dores que eventualmente temos que suportar.

Então, reproduzo abaixo o segundo texto desta série que a Sissi apelidou de "Poeminhas de Bar", ou também, numa desarticulação da fala, "Poesinhas de Mar" (clique aqui para ler os primeiros que a Sissi postou no blog do Teresa). Foi este aí embaixo que eu encontrei em meio à bagunça do meu quarto e que me fez finalmente decidir mostrá-los. Prometo que a partir de hoje postarei um por dia, antes que o ano termine. Mas antes ainda - e já antecipando os momentos parecidos que virão em 2010 - um brinde aos bons amigos, às noites de embriaguez e ao "desregramento de todos os sentidos"!


#2


Astrolábio

descascado

infecto

de Vênus.


(Kalisy Cabeda e Diones Camargo)


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

pois zé

Às vezes nos sentamos sozinhos no meio de livros de arte e ficamos vendo os rostos conhecidos que marcaram a historia e ficamos pensando quando será a nossa vez.
Às vezes estamos fazendo tantas coisas para os outros, por causa de um pouco de grana, por causa de um pouco de medo, por causa de sede, por causa de fome, e ficamos olhando para o sol lá fora e pensando quando será possível parar e ser apenas o sol.

Às vezes estamos sentados ao sol pensando na arte e em quando será a nossa vez, e de repente acordamos desse devaneio sonífero de dentro de nós por uma árvore que tomba aos nosso pés, por um estrondo, pela morte que tomba e aterriza ao celular, na caixa postal dos emails.

Às vezes acordamos e vemos a morte e pensamos quando será a nossa vez.
Quando a morte tomba, nós aterrizamos e pensamos que não há vez, que ela não chega, que ela está.

hoje estou atordoada. hoje estou atrapalhada, atrasada, cansada, amedrontada, arrependida, apavorada, ansiosa, chorosa, tremendo, palpitando, fugindo, trabalhando, cansando, não entendendo, descobrindo.

hoje eu estava sentada olhando todos os livros de arte à minha volta, falando de renomes falando de fatos, e atendi o celular e fiquei sabendo que meu amigo, nosso amigo, o ator, o zé mário storino faleceu. foi de repente como foi de repente outras pessoas a pouco tempo, foi de repente como será sempre e tantas mais

eu estive na vida, eu tenho estado por aí, eu tenho me perdido e sentido nada e medo junto, eu tenho amputado, comido, acovardado, seiplanciado, excluído. eu tenho calado, eu tenho fugido, eu tenho sorrido, doído, rasgado, derramado, bebido, tocado, dormido e sonhado.
eu tenho estado tão só quanto eu quis. eu tenho deixado estar quando o outro quis. eu nem tenho mais o que eu achei que...

estou costurando
as le
trás

as lãs as
lâminas
as agulhas
as carcaças de cebola e alho na carne cozida na frigideira

fumaçacarinhoemmim, farinhaumfavor!
fumaçacarinhoassim-comoseflorescesse
capimdoce

comoseflorescesse arrepiodopêlocaminho.

abóborame!


tenho temos tido temido túmulos tumultuado coração, secreção, ereção, salpicão, salidão, salão salinha sol e drão
o zé era tão especial, legal, macio, cheio de vida de muito mais adiante. ele tinha ele tem 52 anos. é mesmo uma barca, Carol, é mesmo uma barca!

...

às vezes a gente senta e fica olhando a tela do computador, a tela
a tela
tela

perdoa
doa
perdi a proa, o bico, o salto. Mas não perco-me.
(Esquisito é achar-se inteiro. Desse modo, melhor perdido ou encontrado?)
Sentido, com certeza melhor sentido!
Vai a barca rumo a algum norte.
O do humano, o da morte.




segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O papel político do artista na propagação da dignidade humana

Quando nos olhamos num espelho, pensamos que a imagem que temos diante de nós é exata. Porém, basta nos movermos um milímetro e a imagem muda. Estamos olhando, na verdade, para uma infindável gama de reflexos. Mas às vezes um escritor precisa quebrar o espelho – pois é do outro lado do espelho que a verdade nos encara. Apesar das enormes variáveis existentes, creio que a determinação intelectual destemida, inarredável e feroz, como cidadãos, de definir a verdade real de nossas vidas e de nossa sociedade, é uma obrigação crucial, que cabe a todos nós. Ela é, de fato, imperiosa. Se essa determinação não estiver incorporada à nossa visão política, não teremos esperança de restabelecer o que está quase perdido para nós – a dignidade humana.

Harold Pinter, discurso do Prêmio Nobel.



Aquele velho grisalhão!

domingo, 8 de novembro de 2009

À mesa com MALuco

“Alice e as sombras de seu país das maravilhas representam para nós os papéis que representamos no mundo real. Sua loucura é trágica ou divertida, eles mesmos são loucos exemplares ou testemunhas eloqüentes da loucura de seus irmãos sombrios, eles nos contam histórias de comportamentos absurdos ou insanos que refletem os nossos, para que possamos vê-los e entendê-los melhor. A diferença reside em que sua loucura, diferentemente da nossa, está contida entre as margens da página, emoldurada pela imaginação incerta de seu autor. Crimes e maldades, no mundo real, têm fontes tão profundas e conseqüências tão longínquas que não conseguimos compreendê-los completamente, podemos apenas recordá-los rapidamente, guardá-los num arquivo judicial ou observá-los sob as lentes da psicanálise. Nossas ações, ao contrário das ações das grandes criaturas loucas da literatura, infiltram-se extensivamente pelo mundo, infectando cada coisa e cada lugar para além de toda ajuda e propósito.

A loucura do mundo é ininteligível. Podemos (e o fazemos, é claro) experimentá-la, sofrê-la no corpo e na mente, cair sob seu peso impiedoso e ser arrastados por sua corrida implacável rumo ao precipício. Também podemos, em alguns momentos iluminados, emergir dessa loucura por meio de atos extraordinariamente humanos, irracionalmente sábios e insanamente audazes. Para tais atos, palavras não são suficientes. E no entanto, com o melhor da linguagem, podemos capturar nossa loucura em suas próprias ações, obrigá-la a se repetir e a representar suas crueldades e catástrofes (e mesmo suas façanhas gloriosas), mas dessa vez por meio de uma observação lúcida e com uma emoção protegida sob a coberta asséptica da literatura, iluminada pela lâmpada de leitura sobre o livro aberto.

Os seres de carne e osso sentados à mesa com o Chapeleiro Maluco – os líderes militares, os torturadores, os banqueiros internacionais, os terroristas, os exploradores – não podem ser forçados a contar sua história, a confessar, a pedir perdão, a admitir que são seres racionais culpados por crueldade internacional e atos destrutivos. Mas é possível narrar histórias sobre eles que permitem certa compreensão do que fizeram e uma empatia judiciosa. Seus atos não admitem nenhuma explicação racional, seguem uma lógica absurda, mas sua loucura e seu terror podem ser captados por nós, em todo o seu fogo devorador e esclarecedor, em relatos ou “mapas” nos quais eles misteriosamente podem emprestar a nossa loucura uma espécie de racionalidade iluminada, transparente o bastante para esclarecer nosso comportamento, e ambígua o suficiente para nos ajudar a aceitar o indefinível.”

MANGHEL, Alberto. À mesa com o Chapeleiro Maluco. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. págs. 28 a 30)



João

sábado, 7 de novembro de 2009

:: Sobre um dia qualquer :: no Vimeo

Curta-metragem "Sobre um dia qualquer", de Leonardo Remor.
Vencedor de cinco prêmios na Mostra Gaúcha de Curtas do Festival de Cinema de Gramado este ano (direção, arte, fotografia, montagem e atriz [eu]).
Também ganhou Melhor Filme no MIAU, em Goiânia, e no Festival Primeiro Plano, em Minas Gerais.

Sobre um Dia Qualquer from Marcos Lopes da Silva on Vimeo.

Alice e o Rei

"Agora está sonhando", observou Tweedledee. “Com que acha que ele sonha?”
Alice disse: “Isso ninguém pode saber.”
“Ora, com você!” Tweedledee exclamou, batendo palmas triunfante. “E se parasse de sonhar com você, onde acha que você estaria?”
“Onde estou agora, é claro,” respondeu Alice.
“Não, não!” Tweedledee retrucou, desdenhoso. “Não estaria em lugar algum. Ora, você é só uma espécie de coisa do sonho dele!”
“Se o Rei acordasse”, acrescentou Tweedledum, “você sumiria... puf!... exatamente como uma vela!”
“Não sumiria!” Alice exclamou indignada. “Além disso, se sou só uma espécie de coisa no sonho dele, gostaria de saber o que vocês são?”
“Idem”, disse Tweedledum.
“Idem, ibidem”, gritou Tweedledee.
E gritou tão alto que Alice não pode se impedir de dizer: “Psss! Receio que vá acordá-lo se fizer tanto barulho.”
“Bem, não adianta você falar sobre acordá-lo”, disse Tweedledum, “quando não passa de uma das coisas do sonho dele. Você sabe muito bem que não é real.”
“Eu sou real!” disse Alice e começou a chorar.
“Não vai ficar nem um pingo mais real chorando”, observou Tweedledee. “Não há motivo para choro.”
“Se eu não fosse real”, disse Alice – meio rindo por entre as lágrimas, tão absurdo aquilo tudo parecia – “não conseguiria chorar.”
“Espero que não imagine que suas lágrimas são reais!” Tweedledee interrompeu-a, num tom de profundo desdém.


- GARDNER, Martin ; CARROLL, Lewis. Alice, edição comentada. Ed. Jorge Zahar: Rio de Janeiro, 2002.




(foto de Elene Usdin)

dos homens, o alimento dos deuses

Ontem à noite li a peça “A Fome” no Quinquilharia.
Foi uma noite linda, intensa e suada.
Depois de exato um ano que o texto estava “guardado” desde seu último tratamento, foi levado a público, e que público!
Me sinto muito comovida por diversos motivos. Primeiro deles porque este texto é uma criação em conjunto, onde eu propus ao Marcos uma idéia e ele pescou o peixe e me emprestou o anzol e eu pesquei outro e ele outro e eu mais outro e a gente foi enchendo a pança. Foi um processo muito generoso e dedicado, e as pessoas gostaram tanto do que conheceram ontem, que o mar se encheu novamente.
Segundo, justamente pelas pessoas, os amigos e seus olhos brilhosos e suas palavras de afeto e seus silêncios e abraços verdadeiros e seus ouvidos atentos. Que lindo! Alguns deles não estavam lá, uns estarão numa próxima, outros estavam em espírito e memória, muita memória.
Terceiro, mas não menos importante, pelo trio Quinquilharia, os anfitriões, os guardiões da casa dos segredos que ali foram compartilhados. Carina, Bárbara e Poof, vocês são um grande abraço, vocês me ofereceram a casa e abrigo. Quebrando com as expectativas, “o mesmo lugar ficou diferente” e estivemos usando a própria casa de Carina, no andar de cima do bar. Hoje quando acordei me dei conta do que aconteceu ontem. Por ser em outro espaço não foi cobrado ingresso, e Carina se dedicou durante toda a noite a abrir garrafas de champanhe em estalos sonoros felizes no ar como foguetes de festa, e serviu um ponche refrescante e delicioso a todos, enquanto lá fora a chuva caía. Ao final, o Poof passou o chapéu, e fui paga com o valor integral recolhido pela leitura. Na hora acho que não agradeci da forma como agora percebo que deveria. É realmente comovente quando se encontra essas pessoas de coração aberto, em tempos em que arte, encontros, até afeto e amor são mediados por ingressos e tarifas, poder ter tido a oportunidade de trazer os amigos a um espaço que abriu suas portas para mim e mais ainda para todos, oferecendo por conta da casa aquele ponche colorido e boa música. Obrigada de coração quente e esperançoso. A noite do dia 06 de novembro já é inesquecível. Foi a primeira mostra de um trabalho que ainda vai longe e adiante, porque pelo encontro de ontem, pelas respostas, pela loucura que se fez entre nós que lá estávamos, só sei que será preciso seguir com fome sendo alimentada para ser forte e grande.
Por último, e mais importante, obrigada, Marcos. Obrigada pelas palavras, por tudo. De coração com o teu.


Abaixo uma imagem da noite...
Quadro de Jos Roosevelt

terça-feira, 3 de novembro de 2009

:: A Fome :: 06/11 :: sexta-feira

"Como quando eu pulei pela primeira vez do trampolim, cheguei lá em cima e pulei! Mas na segunda vez... não consegui. Fiquei achando alto demais, quando ia dar o impulso, uma força me parava. Daí veio um garoto e passou na minha frente. Ele também teve medo; ficou na beirada olhando para a piscina. Eu disse pra ele que não tinha perigo, que ele não fosse medroso. Mas ele estava realmente com medo. E eu o empurrei! Ele lá embaixo caiu na água apavorado, e eu achei que tinha feito uma coisa boa por todos nós."

A Fome
de Marcos Contreras e Sissi Venturin
leitura do texto por Sissi


.... my heart burns... I put the love inside the gloves

dia 06 de novembro
sexta-feira
às 22h30
no Quinquilharia
(Rua Otávio Correa, 84 - Cidade Baixa)
R$ 5,00


"E dá pra notar pelo estado do meu cabelo que ainda é cedo, mas já ta na hora. Dá pra notar pelo vermelho nos meus olhos e os hematomas nas minhas coxas e os nós no meu cabelo, que eu não estou certa de forma alguma. Lá vou eu de novo, fingindo que vou cair, que to fraca, que vou chorar, que sou feia, que não sei o que to fazendo e o que vou fazer. Me fazendo de fingida. Lá vou eu de novo, fingindo que sou tu, fazendo de conta que eu tenho uma alma por trás dessa superfície."

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Kate no aquário

A Quadrilha da Lagosta

(...) Por fim a Tartaruga Falsa recobrou a voz e, com lágrimas lhe correndo pelas faces, recomeçou:
“Talvez você nunca tenha vivido muito tempo no mar...” (“Nunca”, disse Alice), “... e talvez nunca tenha sido apresentada a uma lagosta...” (Alice ia começando a dizer “Provei uma vez...”, mas engoliu a língua mais que depressa e disse: “Não, nunca”) “... então não pode imaginar que coisa deliciosa é uma Quadrilha da Lagosta!*”
“Realmente não”, disse Alice. “Que espécie de dança é essa?”
“Ora”, disse o Grifo, “primeiro se forma uma fila ao longo da praia...”
“Duas filas!” exclamou a tartaruga Falsa. “Focas, tartarugas, salmões e assim por diante; depois, quando você tiver acabado de remover toda a água-viva...”
“O que geralmente leva tempo”, interrompeu o Grifo.
“... dá dois passos à frente...”
“Cada um de par com uma lagosta!” exclamou o Grifo.
“É claro”, disse a Tartaruga Falsa. “Dois passos à frente, balancê...”
“... troque de lagosta e se afaste na mesma ordem”, continuou o Grifo.
“Depois, sabe”, continuou a Tartaruga Falsa, “você joga...”
“As lagostas!” gritou o Grifo, dando uma pirueta no ar.
“... no mar, o mais longe que puder...”
“Nada atrás delas!” berrou o Grifo.
“Dá um salto mortal no mar!” exclamou a Tartaruga Falsa, cabriolando freneticamente.
“Troca de lagosta de novo!” esgoelou-se o Grifo.
“Volta à terra de novo, e a primeira figura está terminada”, disse a Tartaruga Falsa, baixando a voz de repente; as duas criaturas que tinham estado ali pulando como loucas aquele tempo todo, se sentaram de novo, tristonhas e cabisbaixas, e olharam para Alice.
“Deve ser uma dança muito bonita”, disse Alice timidamente.


* A Quadrilha, uma dança em 5 figuras, era uma das mais difíceis danças de salão em moda na época em que Carroll escreveu sua história.

Amigos e Imagens

Presente de Brummno...


"Aquele velho gostoso... grisalhãããuummm!!"
hahahahaha

o sorriso do gato

Hans Haverman escreveu para sugerir que o Gato evanescente de Carroll podia derivar da Lua minguante – há muito a Lua é associada com a loucura – à medida que ela se transforma lentamente numa tira estreita, parecida com um sorriso, antes de desaparecer.
Teria T.S. Eliot tido o Gato de Cheshire em mente quando concluiu “Manhã à janela” com o couplet abaixo?

Um sorriso sem destino que no ar vacila
E se dissipa rente ao nível dos telhados.


- GARDNER, Martin ; CARROLL, Lewis. Alice, edição comentada. Ed. Jorge Zahar: Rio de Janeiro, 2002.

domingo, 1 de novembro de 2009

o suspiro ao piscar

Subi o monte
encontrei o topo
dancei a orquestra de areia
o dia da bruxa
As estrelas eram a própria cidade iluminada
aos meus pés, as palavras rastejavam
os grãos murmuravam como purpurina
o giro do ventre.
Entre a antena e o céu está a fronteira.
O rosto estava no alto e foi baixando,
foi crescendo, se aproximando,
escondeu-se num véu de nuvem e voltou sorrindo.
O olho do peixe. O rosto cheio chegou tão perto
que fechei os olhos.
a boca, a fome aberta...
(o tem-po que le-va a lá-gri-ma ca-den-te)...


A lua derreteu, escorregou e saiu à francesa.
Nem vi. Mas é como se ela ainda estivesse ali

regando a ferida

Nessas luas o corpo fica aberto como um caqui...




(Charlotte Lewis por Michel Comte)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

um peixe chamado lynch

O desejo por uma idéia é como uma pescaria. Quando se pesca, é preciso ter paciência. Você coloca a isca no anzol e depois espera. O desejo é a isca do anzol que atrai o peixe, ou seja, as idéias. O bom disso é que, quando se pega um peixe do qual se gosta, mesmo que não passe de um peixinho – o fragmento de uma idéia -, ele atrai outros peixes, e todos acabam sendo pescados. E se está então no caminho certo. Logo haverá mais e mais fragmentos, fazendo emergir a idéia completa. Tudo isso, porém, começa pelo desejo.

David Lynch ("Em águas profundas")



(pintura de J. Vincent)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Sachiko Kodama, Yasushi Miyajima - Morpho Towers

Esta postagem foi feita pelo Bruno no blog da nova peça da Cia, "Homem que não vive da glória do passado" : www.homemquenao.blogspot.com
Faz tempo... mas só hoje eu vi!

achei tão aquáticoherbívorometálicomecânicohumanocaleidoscópicofemininomasculino...



atravessando o oceano misterioso

quando os mortos voltam...




~~~ água viva ~~~

E se eu digo "eu" é porque não ouso dizer "tu", ou "nós" ou "uma pessoa". Sou obrigada à humildade de me personalizar me apequenando mas sou o és-tu.
Sim, quero a palavra última que também é tão primeira que já se confunde com a parte intangível do real. Ainda tenho medo de me afastar da lógica porque caio no instintivo e no direto, e no futuro: a invenção do hoje é meu único meio de instaurar o futuro. Desde já é futuro, e qualquer hora é hora marcada. Que mal porém tem eu me afastar da lógica? Estou lidando com a matéria-prima. Estou atrás do que fica atrás do pensamento. Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo não deixando, gênero não me pega mais. Estou num estado muito novo e verdadeiro, curioso de si mesmo, tão atraente e pessoal a ponto de não poder pintá-lo ou escrevê-lo.(...) É um estado de contato com a energia circundante e estremeço. Uma espécie de doida, doida harmonia. Sei que meu olhar deve ser o de uma pessoa primitiva que se entrega toda ao mundo, primitiva como os deuses que só admitem vastamente o bem e o mal e não querem conhecer o bem enovelado como em cabelos no mal, mal que é bom.
(...)
E depois saberei como pintar e escrever, depois da estranha mas íntima resposta. Ouve-me, ouve o silêncio. O que te falo nunca é o que te falo, e sim outra coisa. Capta essa coisa que me escapa e no entanto vivo dela e estou à tona de brilhante escuridão. Um instante me leva insensivelmente a outro e o tema atemático vai se desenrolando sem plano mas geométrico como as figuras sucessivas num caleidoscópio.

Clarice Lispector


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

HORA EXTRA - CineEsquemaNovo

Hoje, segunda-feira, 19 de outubro
20h30
no 3o andar da Usina o Gasômetro

Projeção fotográfica de Leonardo Remor + música de Sissi Venturin

entrada franca

CineEsquemaNovo 2009

O Festival CineEsquemaNovo 2009 começou!

O curta-metragem "Sobre um dia qualquer" de Leonardo Remor, no qual eu atuo, está na programação:
22 de outubro, 21h - Sala P.F. Gastal
23 de outubro, 17h - Cine Santander Cultural

Este filme ganhou cinco prêmios na Mostra Gaúcha do 37o Festival de Cinema de Gramado:
Direção para Leonardo Remor
Atriz para Sissi Venturin
Direção de Arte para Guilherme Pacheco
Fotografia para Matheus Massochini
Montagem para Marcos Lopes

entre na programação de curtas aqui
entre no site oficial do CineEsquemaNovo aqui

Eu também estou na vinheta do Festival, dirigida por Mariana Xavier, com Zeca Brito!
rrrsss

terça-feira, 13 de outubro de 2009

exposiçao na UFRGS

A Exposição abaixo está acontecendo no Campus Central da UFRGS, na casa pequena, que está na Osvaldo Aranha antes do viaduto que leva para a rodoviária. Bem ali na entradona do campus maior!

Se não me engano o nome da exposição é algo tipo, Nossa Casa o Espaço... enfim...

for free, é só chegar e entrar!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

domingo, 11 de outubro de 2009

Sedna tmbm é um planetoide que se aproxima da terra em cilcos de 10.000 anos


Sedna (mitologia)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa


Sedna é uma das principais deusas inuit, é conhecida como a Mãe dos Animais Marinhos.

Várias são as lendas sobre a origem de Sedna e todas tem em comum o fato dela ser uma bela jovem humana vivendo com seu pai.

De acordo com uma dessas lendas, Sedna surgiu como uma mortal, que foi seduzida por um belo caçador em uma canoa. Quando ela embarcou na canoa, percebeu que fora enganada, pois o belo rapaz se revelou como um espírito-pássaro e a obrigou a se casar com ele.

O tempo passou e o pai de Sedna foi visitá-la, percebendo que sua amada filha morava num lugar imundo. Ele a colocou num barco, para fugir de volta para seu lar. Porém, o espírito-pássaro invocou uma tempestade ártica para frustrar a fuga.

Então o pai se desesperou e jogou Sedna ao mar. A jovem, contudo, se agarrou na borda do barco e seu pai se sentiu obrigado a cortar seus dedos. Os dedos cortados se transformaram em animais marinhos, como focas, baleias e morsas.

Sedna foi morar no fundo do mar, de onde reina sobre os animais marinhos.

Outra versão do mito explica que Sedna, uma moça jovem e muito galanteada pelos jovens do povoado onde vivia, nunca aceitava seus pretendentes - até que se apaixonou por um cachorro e com ele casou.

Os jovens pretendentes, raivosos, levaram a moça para o mar dentro de uma canoa e a jogaram nas águas geladas. Para se salvar, Sedna agarrou-se na lateral do barco, mas os homens cortaram seus dedos para que ela morresse afogada.

Quando seus dedos caíram no mar, transformaram-se nas primeiras focas e outros seres marinhos enquanto Sedna ia para o fundo, onde se transformaria na Rainha dos Seres Marinhos.

Sedna, devido ao grande sofrimento pelo qual passou, tornou-se rancorosa, e quando alguém a ofende ela prende todos os animais para que ninguém possa pescar nem caçar. Um homem bravo, com poderes de xamã, deve então ir até o fundo do mar para pentear e desenbaraçar os cabelos de Sedna - sujos e lodosos pelos pecados humanos que afundam na água. Sedna fica agradecida ao ter seus cabelos limpos e arrumados em duas grandes tranças e, por isso, liberta os animais para que a humanidade possa se alimentar outra vez.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A Lã Inicia Caminho Espelhado

Tenho o costume, quase infantil, de acreditar nas coisas...


terça-feira, 6 de outubro de 2009

me and marcos and nadya

Filme "Longe de Casa" de Maria Clara Bastos.
Filmamos em 2008 para o curso de cinema da PUCRS!

Amigos e videos...

Bruno pescador

wish...

entre entre, saia, saia, saia, saia, saia, entre entre entre entre, saia, saia, saia, saia, saia, entre na saia



(imagem de Li Wei)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Amigos e Imagens ...

Presente de Douglas Dickel...



adoro no douglas que ele envia imagens masculinas para este aquário!!

(foto de Pierre Whinter)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ato Show - FORA Yeda



04/10
15h
em frente ao Shopping Praia de Belas


Bom dia de finalmente Sol em Porto Alegre!
as nuvens foram carregadas neste balão para outros mares,
que venha a maré iluminada!

(pintura de Vladimir Kush)
Ah, tudo é símbolo e analogia!
O vento que passa, a noite que esfria,
São outra coisa que a noite e o vento -
Sombras de vida e de pensamento.

Tudo o que vemos é outra coisa.
A maré vasta, a maré ansiosa,
É o eco de outra maré que está
Onde é real o mundo que há.

Tudo o que temos é esquecimento.
A noite fria, o passar do vento,
São sombras de mãos, cujos gestos são
A ilusão madre desta ilusão.

Fernando Pessoa

segunda-feira, 28 de setembro de 2009






(A pintura é de Fernando Vicente)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Pré - Bienal - Processos Híbridos de Criação


Queridos
é com prazer que eu divulgo a pré-bienal e os convido para participarem de dois encontros EXTRA - Ordinários com a continuidade do projeto PROCESSOS HÍBRIDOS DE CRIAÇÃO
Estarei em duas oportunidades propondo vivências teórico-práticas sobre processos de criação HIBRIDIZADOS
Apareçam MUCHACHOS
=D



Pré-Bienal: Índices e Anotações


Entre os dias 15 de setembro e 04 de outubro, a Fundação Bienal do Mercosul e o Santander Cultural apresentam os bastidores criativos e as ideias que farão parte da 7ª Bienal do Mercosul. Serão três semanas em que as mostras e programas da Bienal inspiram a programação de filmes, shows, oficinas, debates e palestras. Diferentes personalidades do meio artístico, cultural e intelectual estarão no mesmo palco refletindo sobre o processo criativo dos artistas e sua relação com diversas áreas do conhecimento.

No Grande Hall do Santander Cultural ocorre diariamente o karaokê poético Para Ver em Voz Alta, projeto concebido pela artista e curadora Lenora de Barros. Trata-se de um micro-estúdio de gravação de áudio, no qual o público pode gravar leituras e performances vocais a partir de poemas visuais pré-selecionados, de artistas e poetas como Man Ray, Yoko Ono, Augusto de Campos entre outros. O resultado dessa “colheita sonora” será selecionado e exibido durante a programação da Radiovisual, que inicia oficialmente em outubro, com transmissão diária pela Rádio FM Cultura.


Atividades Pedagógicas*

Ao todo serão 18 atividades voltadas para professores, artistas, estudantes e pessoas interessadas em arte contemporânea: sete oficinas relacionadas às Fichas Práticas - material pedagógico criado especialmente para a 7ª Bienal do Mercosul, oito sobre o Projeto Mapas Práticos e três com artistas participantes do Programa de Residências Artistas em Disponibilidade.

Os workshops sobre as Fichas Práticas são voltados para professores e tem como objetivo discutir a natureza das obras apresentadas nesta edição. Através de seis fichas com imagens sobre trabalhos expostos na 7ª Bienal, de contexto e referência histórica, os oficineiros Estevão Haeser e Jorge Bucksdricker pretendem incentivar os participantes a refletir sobre conceitos e relacionar a arte contemporânea com temas do cotidiano.

As oficinas do Projeto Mapas Práticos, ministradas pelos artistas João de Ricardo, Marina Camargo, Telma Scherer e Carla Borba, dirigem-se a público e temas diversos que variam entre poesia e processo criativo. O projeto “Mapas Práticos – espaços em disponibilidade” é um mapeamento de 26 ateliês privados (individuais ou coletivos), institucionais e públicos de Porto Alegre que possuem propostas educativas no campo das práticas artísticas contemporâneas. Estes ateliês vão abrir suas portas durante o período da Bienal para receber grupos e realizar oficinas gratuitas. Entre eles, estão os artistas que vão ministrar as oficinas na Pré-Bienal.

Oficinas ministradas por artistas que participam do Programa de Residências da 7ª Bienal do Mercosul acontecem nas duas últimas semanas da mostra. Nas oficinas com os artistas Diego Melero, Nicolás Paris e Rosario Bléfari, o público experimenta e conhece os projetos que estão sendo desenvolvidos para a Bienal. O Programa de Residências Artistas em Disponibilidade leva 14 artistas a nove regiões do estado do Rio Grande do Sul. Cada artista trabalha suas próprias metodologias educativas nas comunidades escolhidas, com o objetivo de inserir esses projetos artísticos no sistema educativo e incentivar a interdisciplinaridade entre práticas artísticas e não-artísticas.

As vagas para todas as atividades pedagógicas são limitadas e devem ser feitas através do telefone 3254 7500, a partir do dia 8 de setembro.

Pré-Bienal: Índices e Anotações
Filmes, debates, palestras, oficinas educativas, shows e performances

De 15 de setembro a 04 de outubro
Terça a sexta, das 10h às 19h
Sábado, domingo e feriados, das 11h às 19h

Santander Cultural – Rua Sete de Setembro, 1028 – Centro
Porto Alegre – RS – Brasil

Entrada franca para exibições no Grande Hall, palestras, oficinas, encontros (shows e parte da programação do Cine Santander Cultural a preços populares)
Inscrições para atividades pedagógicas através do telefone 51 3254 7500


Programação:

15/set (terça)
7ª Bienal - Curadoria-geral - Relações e Escalas
A partir das 11h - 901 e Power of Ten, filmes de Charles & Ray Eames - arquitetos e designers 18h – Conversa com Victoria Noorthoorn e Camilo Yáñez - curadores-gerais da 7ª Bienal do Mercosul
*14h às 17h - Workshop para professores sobre as fichas práticas da exposição Desenho das Ideias, com Estêvão Haeser - artista plástico e Jorge Bucksdricker - poeta e filósofo


16/set (quarta)
7ª Bienal - Relações com a antropologia e a sociologia
A partir das 11h: Mas Allá de Estos Muros, documentário de Juan Ignacio Sabatini, sobre Juan Downey - artista das mostras Biografias Coletivas e Desenho das Ideias
18h – Conversa com Camilo Yáñez - curador-geral e da mostra Biografias Coletivas, Olavo Marques - antropólogo e professor da UCS, e José Otávio Catafesto de Souza - antropólogo e professor da UFRGS
*14h às 17h - Workshop para professores sobre as fichas práticas da exposição Biografias Coletivas, com Estêvão Haeser - artista plástico e Jorge Bucksdricker - poeta e filósofo


17/set (quinta)
7ª Bienal - Trabalho Coletivo
A partir das 11h – The Bolivariam Dream, filme de Hoffman´s House, coletivo integrante da mostra Biografias Coletivas
18h – Conversa com Carlos Cabezas - artista integrante do coletivo Hoffmann's House e Pablo Rivera - artista das mostras Biografias Coletivas e Texto Público
*14h às 17h - Projeto Mapas Práticos - Oficina sobre Processo criativo, com Marina Camargo - artista da mostra Projetáveis


18/set (sexta)
7ª Bienal - Escalas e Identidade
A partir das 11h - O Zero Não é o Vazio, documentário de Marcelo Masagão
18h – Conversa com Marina De Caro - curadora pedagógica da 7ª Bienal do Mercosul, Luis Augusto Fischer - escritor e professor da UFRGS e Fernando Mattos - músico, compositor e professor da UFRGS
*14h às 17h - Projeto Mapas Práticos - Oficina sobre Processo criativo, com Marina Camargo - artista da mostra Projetáveis


19/set (sábado)
7ª Bienal - Transmissão e Irradiação
A partir das 11h – Crude e Música para Folha de Papel, filmes de Guilherme Vaz, artista das mostras Desenhos das Idéias, Texto Público e da Radiovisual
18h – Conversa com Sergio Kafejian – músico e Arthur de Faria - músico e jornalista
*14h às 17h - Workshop para professores sobre as fichas práticas da exposição Texto Público e da Radiovisual, com Estêvão Haeser - artista plástico e Jorge Bucksdricker - poeta e filósofo


20/set (domingo)
7ª Bienal - Transmissão e Irradiação
A partir das 11h – Ouvindo Imagens, filme de Michel Favre 17h - Show / Performance: Arnaldo Antunes - músico, poeta e artista visual e Marcia Xavier - artista plástica
*14h às 17h - Projeto Mapas Práticos - Oficina de Poesia e Performance, com Telma Scherer - poeta e performer


22/set (terça)
7ª Bienal - Palavra e Visualidade
A partir das 11h - Poesia Concreta e Projeto Verbivocovisual, filmes de Walter Silveira
18h – Conversa com João Bandeira – poeta e Jorge Bucksdricker - poeta e filósofo
*14h às 17h - Projeto Mapas Práticos - Oficina EX-tensões do corpo, com Carla Borba - artista


23/set (quarta)
7ª Bienal - Relações com a antropologia e a sociologia
A partir das 11h - Seleção de documentários do Núcleo de Antropologia da UFRGS
18h - Mariela Scafati - artista da mostra A Árvore Magnética e Cornélia Eckert - antropóloga e professora da UFRGS
*14h às 17h - Workshop para professores sobre as fichas pedagógicas da exposição A Árvore Magnética, com Estêvão Haeser - artista plástico e Jorge Bucksdricker - poeta e filósofo


24/set (quinta)
7ª Bienal - Memória e Comportamento
A partir das 11h – Amnésia, filme de Christopher Nolan
18h – Conversa com Jorge Furtado – cineasta e Zelig Libermann - médico psiquiatra
*14h às 17h - Programa de Artistas em Residência - Laboratório de Desenhos, com Nicolás Paris - pedagogo e artista do Programa de Residências


25/set (sexta)
7ª Bienal - Sistemas e Suportes
A partir das 11h - Cómo Encontrar El Arbol Magnetico?, filme de Mario Navarro, curador da mostra Árvore Magnética
18h – Conversa com Bernardo Ortiz - curador editorial
*14h às 17h - Projeto Mapas Práticos - Oficina de Performance, com João de Ricardo – performer


26/set (sábado)
7ª Bienal - Transmissão e Irradiação
A partir das 11h – Rádio Rasgo e O Jardim, filmes de Lilian Zaremba, artista de Radiovisual
18h – Conversa com Fernando Bakos - artista multimídia e professor da ESPM e Roger Lerina - jornalista cultural
*14h às 17h - Workshop para professores sobre as fichas pedagógicas da exposição Projetáveis, com Estêvão Haeser - artista plástico e Jorge Bucksdricker - poeta e filósofo


27/set (domingo)
7ª Bienal - Relações e Escalas
A partir das 11h - Fantasia, de Walt Disney
17h – Show François Virot, rock alternativo francês (ingressos a R$ 10,00)
*14h às 17h - Projeto Mapas Práticos - Oficina de Poesia e Performance, com Telma Scherer - poeta e performer


29/set (terça)
7ª Bienal - Tempo e Circulação
A partir das 11h - Seleção de Filmes do Artista Marcellvs L., artista da mostra Absurdo
18h – Conversa com Victoria Noorthoorn - curadora-geral e das mostras Desenho das Ideias e Ficções do Invisível, Iran do Espirito Santo e Walmor Corrêa - artistas da mostra Desenho das Ideias
*14h às 17h - Projeto Mapas Práticos - Oficina EX-tensões do corpo, com Carla Borba - artista


30/set (quarta)
7ª Bienal - Transformação e Linguagem
A partir das 11h - O Cão Andaluz, filme de Luis Buñuel e filmes sobre Samuel Beckett, artista da mostra Ficções do Invisível
18h – Conversa com Laura Lima - curadora da mostra Absurdo e Luis Paulo Vasconcellos - ator e diretor teatral
*14h às 17h - Workshop para professores sobre as fichas pedagógicas da exposição Absurdo, com Estêvão Haeser - artista plástico e Jorge Bucksdricker - poeta e filósofo


01/out (quinta)
7ª Bienal - Linguagem e Identidade
A partir das 11h – Portuñol, filme de Ivana Vollaro, artista da Radiovisual e CAST/K, filme de Fabio Kacero, artista da mostra Ficções do Invisível
18h – Conversa com Lenora de Barros - cocuradora da Radiovisual e Cláudio Moreno - professor em Língua Portuguesa
*14h às 17h - Programa de Artistas em Residência - Oficina de canções, com Rosário Bléfari - cantora, compositora, atriz, escritora e artista do Programa de Residências


02/10 (sexta)
7ª Bienal - Tempo e Circulação
A partir das 11h – Seleção de Filmes sobre John Cage, artista das mostras Ficções do Invisível, Desenho das Ideias e da Radiovisual
18h – Conversa com Maria Helena Bernardes - artista do Projeto Pedagógico - Programa de Residências e Antônio Carlos Borges da Cunha - maestro
*14h às 17h - Projeto Mapas Práticos - Oficina de Performance, com João de Ricardo – performer


03/10 (sábado)
7ª Bienal - Linguagem e Sistemas
15h e 17h – Cildo, documentário de Gustavo Moura (no Cine Santander Cultural, com entrada franca)
18h – Conversa com Gustavo Moura, cineasta e Cildo Meireles - artista da mostra Desenho das Ideias
*14h às 17h - Workshop para professores sobre as fichas pedagógicas da exposição Ficções do Invisível, com Estêvão Haeser - artista plástico e Jorge Bucksdricker - poeta e filósofo

04/10 (domingo)
7ª Bienal - Transformação e Linguagem
A partir das 11h - Verso Inversus, filme de Anna Maria Maiolino, artista das mostras Desenho das Idéias e Ficções do Invisível, e Insolação, filme de Daniela Thomas, artista da mostra Ficções do Invisível
17h - Show Duo Acorda, duo de violino e violão da Noruega (Ingressos a R$ 10,00)
*14h às 17h - Programa de Artistas em Residência - Aulas de ginástica e filosofia política, com Diego Melero - sociólogo e artista do Programa de Residências

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

:: Quinta Independente :: 24/set :: 22h :: Dr.Jekyll

O Filme Sobre um Dia Qualquer será exibido nesta quinta-feira no Dr. Jekyll em Porto Alegre.
Na Mostra Gaúcha de Curtas no 37o Festival de Cinema de Gramado, o filme ganhou 5 Prêmios:
Montagem para Marcos Lopes
Direção de Arte para Guilherme Pacheco
Fotografia para Matheus Massochini
Atriz para Sissi Venturin
Direção para Leonardo Remor


QuIntA INDePeNDeNTeNTe
24 de setembro de 2009
22h
Dr. Jekyll (Travessa do Carmo, 76 - Cidade Baixa)

+ shows
+ curtas
+ desfile

domingo, 20 de setembro de 2009

!! Show de Roger Canal e Marcelo Corsetti !!

SonS da CiDaDe

Roger Canal e Marcelo Corsetti

terça-feira, 22 de setembro às 20h

Teatro Renascença

Ingresso: um kilo de alimento

Mais um Fim

Eu, tentei evitar, liguei a tv e deitei no sofá.
Desde que haja tempo pra sonhar, e assuntos pra desenvolver, não é muito fácil desligar, me dá pena do meu chinês.
Por ele eu passava o dia inteiro a meditar, bebendo chá verde ele me diz: fica feliz que vai funcionar. Mas eu tô feliz, eu juro pelo meu irmão. O saldo final de tudo foi mais positivo que mil divãs.
Por isso que não adianta querer julgar, e cada um por sí, na sua própria bolha de ar.
Mas o que eu penso mesmo, é encontrar alguém, que me dê carinho e beijos, e me trate como um neném. Me trate muito bem. Ah, eu só quero amor, seja como for o amor, seja bom, seja bom, seja bom, seja amor. Me faz mais feliz, me dá asas pra fluir e cantar o amor, lalarálaiarará.

sábado, 19 de setembro de 2009

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Caxias

Estivemos no Caxias em Cena com o espetáculo Teresa e o Aquário no dia 17 de setembro. Foi lindo, a organização excelente. Minha avó, quatro tias e um tio puderam ver a peça. Fiquei muito feliz porque eles estavam lá e minha avó gostou tanto da peça.
O cenário do lado de fora da Casa de Cultura era este... lindo!




net-me

Fiquei sem internet cinco dias...
Fiquei sem internet cinco dias.
Fiquei sem internet cin
Fiquei sem internet
Fiquei sem

é difícil hoje em dia, é difícil
foi difícil cinco vezes.

A internet é um imenso híbrido e nós nos acoplamos com ela permanentemente.
Aqui, minha declaração de amor à internet!!
Te amo, internet, te amo!
Que maravilha, que maravilha que nós vivemos a internet, querida net imensa, net reboladeira, net generosa, mentirosa, net casca de ovo, net substância, net humana, net única, netuna!

Processos Híbridos de Criação - Blog da Oficina

PROCESSOS HÍBRIDOS DE CRIAÇÃO
Performance

Álbum de Fotos da Oficina Realizada durante o 16 Porto Alegre em CENA