quinta-feira, 10 de julho de 2008

Sempre fui magro, um corpo onde os ossos podiam ser vistos desenhados atrás da minha pele.Comecei a praticar esportes, a fazer musculação. Esconder a minha estrutura óssea, deixar transparecer os músculos definidos na adolescência parecia mais reconfortante numa fase da vida onde se busca a auto afirmação a todo instante. Agora, aos 32 anos, quero justamente buscar o confronto com essa estrutura profunda, mais primitiva do corpo humano. A partir dela que todo o resto se molda, músculos e órgãos. Retirar essa estrutura, a que tem mais afinidade com a eternidade, um corpo sem ossos. Nosso corpo tem mais de 200 ossos. Como primeira etapa, que vai ao encontro de estímulos para performance (a partir das idéias de Ligya Clark- diálogo de mãos), cada performer deve encontrar, através do toque, o maior numero possível de ossos do seu corpo. Trazer a estrutura escondida para a superfície, torná-la tátil, contar qntos ossos conseguimos encontrar em nós mesmos, de preferência com um espelho a frente, não apenas como imagem duplicada,mas para executar a task com alguém, com o outro que somos nós mesmos. Um poster da estrutura óssea pode estar pendurado no fundo da sala...Puxar o esqueleto para fora. A seguir, procurar no corpo do outro esses ossos, contar os ossos que se consegue tocar no corpo do outro, uma experiência tátil-óssea.Um segundo passo.

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