quinta-feira, 24 de julho de 2008

Depois de ter prendido meus cabelos nas fitas crepe eu o considerei perigoso para se ter por perto. O meu corpo também é prolongado pelos fios e o que não se considera órgão, mas as unhas e fios e babas e palavras e gestos todos fazem parte do meu corpo e da minha alma e dói igual o tapa, o silêncio ou a mentira.
E ter os membros mutilados por qualquer motivo que não seja meu desejo ou responsabilidade me enraivece pois é agressão e não sou tão patética e passiva que deixe isso em vão e compreenda o teu desejo de nem pensar se eu ou qualquer pessoa será atingida pelo teu grande salto no irracional que fantasia a arte e é apenas descabido e nojento porque sim atinge e dói e mata e não vale a pena o salto por isso.
Eu estou quieta e me sinto mal e gostaria de ser transparente e sair pela fresta da porta, mas não sem antes cuspir na tua boca. Eu estou aqui no canto e sei que estou constrangendo aqueles lá do outro lado que sabem que eu estou aqui sentada escrevendo e esperando as lágrimas secarem e todos sabemos que todos existem nessa sala mesmo fazendo de conta que compreendemos a distância ou que não há nada entre nós, mas um ouvido e fios transparentes que não relaxam e estão apreensivos.
Eu gostaria de ter prazer e beleza e saber mesmo, senão a onde ir, sim ter os olhos abertos para caminhar com atenção e dar o passo com sabedoria. Não à estupidez! A cegueira caga.
e peço desculpas pela minha agressão.


No dia seguinte encontro estas imagens dou risada. meu amigo me liga pedindo o telefone do meu cabeleireiro e minha vizinha faz alguma coisa com fitas durex, e as desenrola tão forte que escuto da janela da cozinha



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