Quando as bocas se encontraram havia o calor extremo do amor de um, unido ao desespero culpado do outro. Ela ouviu o palpitar do coração acelerado. Ele desta vez nem a segurou na cintura, nem a tocou a não ser com a boca fervendo e os lábios rijos.
Ela sentiu deslizar pela sua língua pela garganta a pequena pílula, semente de amar, pensou. O palpitar do coração do homem agora estava dentro dela, descendo pelo pescoço. Ele nem a olhou nos olhos quando começou a andar de costas, baixando a cabeça devagar. Ela restou ali, sem entender o som e a distância. Quanto mais ele se deslocava para longe, mais o objeto caminhava por dentro dela, uma dor a envolvia, era como se seu coração perfurasse. Ela entendeu todo seu amor nesta sensação doída quanto mais longe ele ia.
A cápsula estava programada para ir em direção à vibração cardíaca. E assim foi, o mecanismo funcionou como flechada fatal, cupido ao avesso. Ela entendeu o medo e abriu os lábios devagar com a mandíbula pasma e transferiu seu olhar para dentro, ouvindo bem o som que acelerava como antes de um disparo.
Ele fechou os olhos e trouxe as mãos à cabeça, mas não deixando arrepender-se de seu ato de homicídio ao amor maior que ele, aquele a quem ele não podia mais enfrentar, a quem teve de matar. Ela não teve tempo de chorar ou de correr, não havia para onde ir. Quando o som foi único e agudo, ela fechou as mãos para segurar o susto preemente... e...
O estrondo hediondo urrou furioso
A bomba explodiu o coração e todo o corpo do amor. Ele foi jogado para trás com a força do ar explodido. Caiu de boca na poeira de seu mundo medíocre e fraco. Como um fraco bandido restou deitado. Olhando do chão seu mundo esvaziado, do nível certo que se sabia merecedor, o piso sujo, onde deveria ser pisoteado, enterrado. Mas agora não havia mais ninguém preocupado. Ele estava, enfim, só. Acompanhado e refém apenas de seu próprio medo.
Ela sentiu deslizar pela sua língua pela garganta a pequena pílula, semente de amar, pensou. O palpitar do coração do homem agora estava dentro dela, descendo pelo pescoço. Ele nem a olhou nos olhos quando começou a andar de costas, baixando a cabeça devagar. Ela restou ali, sem entender o som e a distância. Quanto mais ele se deslocava para longe, mais o objeto caminhava por dentro dela, uma dor a envolvia, era como se seu coração perfurasse. Ela entendeu todo seu amor nesta sensação doída quanto mais longe ele ia.
A cápsula estava programada para ir em direção à vibração cardíaca. E assim foi, o mecanismo funcionou como flechada fatal, cupido ao avesso. Ela entendeu o medo e abriu os lábios devagar com a mandíbula pasma e transferiu seu olhar para dentro, ouvindo bem o som que acelerava como antes de um disparo.
Ele fechou os olhos e trouxe as mãos à cabeça, mas não deixando arrepender-se de seu ato de homicídio ao amor maior que ele, aquele a quem ele não podia mais enfrentar, a quem teve de matar. Ela não teve tempo de chorar ou de correr, não havia para onde ir. Quando o som foi único e agudo, ela fechou as mãos para segurar o susto preemente... e...
O estrondo hediondo urrou furioso
A bomba explodiu o coração e todo o corpo do amor. Ele foi jogado para trás com a força do ar explodido. Caiu de boca na poeira de seu mundo medíocre e fraco. Como um fraco bandido restou deitado. Olhando do chão seu mundo esvaziado, do nível certo que se sabia merecedor, o piso sujo, onde deveria ser pisoteado, enterrado. Mas agora não havia mais ninguém preocupado. Ele estava, enfim, só. Acompanhado e refém apenas de seu próprio medo.
2 comentários:
Hum, eu gostaria de saber até onde essa escrita é algo pessoal para ti.
É pessoal e impessoal. Cabe no limite da minha memória e conhecimento.Também é sobre todo o pessoal ao meu redor, amigos, sujeitos, situações que vejo.
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