O céu, a terra, o vento sossegado,
As ondas que se estendem pela areia,
Os peixes que no mar o sono enfreia,
O noturno silêncio repousado;
O pescador Aonio que, deitado
Onde co´o vento a água se meneia,
Chorando, o nome amado em vão nomeia,
Que não pode ser mais nomeado.
"Ondas (dizia), que antes Amor me mate,
Tornai-me a minha ninfa, que tão cedo
Me fizeste à morte estar sujeita".
Ninguém responde; o mar de longe bate;
Move-se brandamente o arvoredo;
Leva-lhe o vento a voz, qu´ao vento deita.
(Luis Vaz de Camões)
sábado, 25 de abril de 2009
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