sábado, 13 de setembro de 2008

em trânsito

A casa do avô

1

(palco imerso em escuridão total. pino de luz revela homem de olhar baixo. Subitamente encara a platéia. ele fala rapidamente, entrecortado por silêncios e escuridão):

é inverno. (pausa) ele está congelando.(pausa)
ESSES FLUXOS DE TRANSITO BARULHENTO NAS NOITES CHUVOSAS DE RUSH. luzescruzantesbrancasamarelasvermelhas
buzinaços
a mandíbula se contrai
o celulartoca (pausa)
eu não sei onde vou morar. (pausa) ele pensou sem atender o telefone.
(pausa) eu não sei pra onde eu vou nesse exato momento. Só sei que vou. Eu tenho somente ido, sem saber pra onde. Meus pés afundados no acelerador. Mas nessa merda de transito nada parece realmente se mover.(pausa)
ele estava em busca de algum lugar pra ficar alguma coisa na qual se agarrar alguém pra conversar foder casar qualquer coisa uma casa um corpo um quarto de hotel um homem um irmão qualquer pessoa alguém. (pausa)
nem rádio tem pra tocar nessa merda!(pausa) roubaram meu rádio. Meu mp3 tá sem bateria. Que merda eu ter logo comprado uma bostinha dessas que ainda usa pilhas pilhas pilhas. Me roubaram vendendo essa merda. Me roubaram o rádio. Me roubam todo dia. Todo dia sendo roubado. Vontade de enfiar a cara e o carro no primeiro poste. (pausa) mas nada anda por aqui. (pausa)
os dedos dele estavam congelando, o dos pés, molhados até os ossos os das mãos enrijecidos como garras retorcidas no volante. o dinheiro ele sabia que só tinha garantido até daqui o próximo (pausa) a próxima (pausa) esquina (pausa) do próximo (pausa) ano (pausa) do próximo mês até o próximo dia hora minuto e segundo. o dinheiro corre.(pausa) o dinheiro escorre e corre solto, o dinheiro dinheiro (pausa) era preciso muito dinheiro e paciência para sobreviver nesse caos mediado pelo consumo.(pausa) sobreviver aqui sobreviver, não viver, sobreviver. Só, sobreviver, sobreviver só. (pausa)
se ao menos que ele fosse pra bem longe.onde o olhar do outro não o tocasse não. Onde o desejo não desejasse. (pausa)
ai que vontade do esse outro do olhar do toque desse outro figura impossível sem dinheiro meu coração acelera motor cheio de faíscas e barulho. Não to com tesão eu to com, com essa velocidade que me come por dentro, E ESSA PORRA DE TRANSITO NÃO ANDA!
(pausa)esse lugar onde todo fim de mês não chegassem aquelas continhas todas nojentas onde ele parasse de perder tempo discando inúmeras vezes para serviços de tele qualquer coisa que o devoravam pelos ossos entrando em filas de bancos nos quartos de motel entristecido pelas pelas ruas imundas dando adeus caminhando entrando e saindo do carro encharcado em alta velocidade sempre. (pausa)
a chuva cai pesada lá fora o (pausa) qual é o nome daquela pazinha de borracha que espalha vaievem vaievem limpando quase inutilmente tentando afastar a aguaceiro que cai no vidro? (pausa) o parabrisa para chuva para-something o para brisa é o vidro mesmo e a pazinha? ahh a pazinha maldita não dá nãooo dá conta de tanta água que cai e tanta buzina na cabeça e tanta não saber onde chegar. e ele sua ele sua vertiginoso. sua frio em meio a ESSES FLUXOS DE TRANSITO BARULHENTO NAS NOITES CHUVOSAS E FRIAS!!! E FRIAS DE RUSH luzescruzantesbrancasamarelasvermelhas
buzinaços
a mandíbula se contrai
o celulartoca (pausa)
eu não vou atender essa merda. sabe por que? (pausa) sabe por que? (pausa) eu tava cagando e segurando o celular a merdinha tocou e eu levei um cagasso e ele foi cair direto na patente. patente é privada, é vaso, ele caiu pelo meio das minhas bolotas direto na água que ja tava toda cagada. (pausa) ai que bosta, pegar ou não pegar a merdinha, não o merdão, o merdão tava ali vistoso olhando pro papai. pegar a merdinha de falar. (pausa) enfiou a mão na água suja da patente e recuperou o celular. (pausa) hoje é assim. ele toca do nada. no meio da noite e no trânsito. eu não atendo mais por que eu ja tentei atender e sabe quem falou comigo? sabe quem? (pausa)
o espírito do pantentão (pausa)
é verão (pausa)
a agua resfria o tanto de calor que faz aqui, ela escorre pelas minhas mãos miúdas e cai à toa na terra descalço sem camiseta embaixo da sombra de uma árvore que árvore dá aquelas frutinhas secas e amarelas? cinamomo, dizem que a frutinha é de veneno. a mãe e a avó estão dormindo. o avô capina o pátio como um jardim zen meio irritado mas aceitando silencioso o divertimento lodoso do neto. o avô arrastando a vassoura de ferro , de boné de borracharia e camisa xadres aberta, fazendo sulcos na terra seca cheia de folhas caídas e pedrinhas do pátio. Pinhas dos pinheiros bolotinhas dos cinamomos organizando tudo tudo no lugar. e eu enfiando minhas mãos na lama. cavando um buraco tosco e gostando de ver e tocar o barrinho liso friorento que se soltava em meio aos pedregulhos.
a lama fina por entre esses meus dedos de menino no marco da porta de entrada uma imagem de madeira e ferro de são jorge. por isso nunca entrou ninguém aqui. dizia o velhoavô sobre a velhacasa de madeiramarela com contornosjanelaseportasmarrons. a casa de pau. (pausa)
diferente do apartamento onde ele ficava resguardado de qualquer mundo durante a semana alimentado pela tv e uns terrores noturnos. sendo levado e trazido para as barrigas de intituições. a casa a escola casescola sempre e sempre até que as vezes dava vontade de chorar (pausa)
eu chorava muito triste muito triste essa manhã eu não quero ir pra escola. (pausa)
mas a casa de pau era cercada por árvores e barro. e um lagarto gordo que vivia debaixo dela, saindo as vezes com o menino para tomar sol entre aquelas infidáveis ferramentas e sucatas que os avós juntavam a anos casa cercada de outras casinhas todas de pau um beco sem saída para os carros mas livre para atravessar pro lado do tambo quando quisesse. bastava se agaxar ou pular os arames farpados. (pausa)
eu nunca ia lá. tem vacas soltas. tem cahorro. eu tenho medo. o tambo tem cabeças de cavalo de pedra grudadas na arcadas de tijolo. eu tenho medo de cachorrodevacaedecavalo. (pausa)
uma vez toquei num cavalo e me impressionei de como era quente.(pausa)
- vô eu tava pensando já que tu não usa mais a casa, se tu pudesse me alugar me dar me emprestar qualquercoisaeu te pago um aluguel simbólicoeu pago a águaaluzeainternet eu pago o que for preciso eu pago eu pagoeu ainda tenho alguma grana guardada no banco eu pago. (pausa)deixar eu moraraqui por um tempo.(pausa)
e sentiu a presença escorregadia de um fantasma na casa. uma sombra vaga as sombras não tem sexo uma sombra vibrando transparente e friorenta pelos cômodos da casa aquela presença que era sempre sentida era sentida em qualquer casa onde ele estivesse toda casa assombrada. (pausa)
causava medo na hora do lobo que todo mundo está dormindo menos eu na hora daquele passarinho que pia engraçado um galo que canta gago um galo morrendo o fantasma do galo. (pausa)
lembrou-se da entrada protegida por são jorge e a sinaleira fechou. porra. (pausa)
pra onde ir a esta hora? (pausa) quem sabe algum sexo fácil algumas doses de qualquer coisa que o deixasse louco ele estava muito longe tempoespaço daquela casa amareladepau e daquele garoto. (pausa)
ele pensou.(pausa)
sou eu que aterrorizava aquele menino(pausa)
sou eu o fantasmanavegante daquele menino a sua assombração venho desses FLUXOS DE TRANSITO BARULHENTO NAS NOITES CHUVOSAS DE RUSH. (voz decrescendo) luzescruzantesbrancasamarelasvermelhas
buzinaços
a mandíbula se contrai
o celulartoca
(quase em silêncio)
eu não vou atender não vou eu preciso encontrar algum lugar pra onde ir.
Eu não vou atender Pode ser alguém pode ser alguém eu
Eu não vou atender eu

(luz diminui, voz cessa)

ainda no trânsito.


2


(o palco ainda escuro. pino de luz mais uma vez revela um homem de cabeça baixa. subitamente levanta o olhar e encara a platéia frente a frente. fala rapidamente, entrecortando silêncio e escuridão)

o celular toca e eu atendo. (pausa)
vou enfrentar essa porra de frente (pausa)
o espírito da merda, o espírito do patentão. (pausa)
como se eu pudesse optar em enfrentar ou não essa avalanche cheia de detritos que se tornou a minha vida. como se eu tivesse opção. como se eu tivesse um cardápio engordurado de mac donalds nas mãos e pudesse dizer, número um, número um! e tudo ficasse gostoso e com molho especial. (pausa)
não(pausa)
eu sabia que quem ia me atender era o peidolho grunindo visceral, vindo sei lá de onde, o ronco dos antepassados do meu intestino. (pausa)
essa breve ilusão de escolha me fez pelo menos ter alguns segundos de delírio onde minha moral subitamente estava um milímetro menos encardidada do que está. e seremos honestos tão somente : ela está bem, mas bem, bem encardida. (pausa)
o celular toca e eu atendo mecanicamente: número um! número um!(pausa)
o celular toca e eu atendo esperando mas não era o peido nem a merda. atendo e já não estou mais ali. naquele trânsito congelante naquela noite fria de rush. atendo e uma suave voz eletrônica já vai me dizendo "você deve!" isso eu já sei. sengundo a bíliblia neguinho já nasce fodido, devendo o cu e as pregas para essa boneca deus. a boneca com o cofre mais cheio de nada desse mundo. a boneca banco de almas a barriguda maior. (pausa)
a voz eletrônica só me fala "que a conta x foi descontada no mês y que a o mês y eu tive um desconto da dívida do mês w que n mês w se somou os juros por eu não ter pago o mês z a conta z foi descontada dos dias em que estive acordado dormindo por ae, fazendo coisas sem pensar como um zumbi como num trânsito onde os carros simplesmente decidiram parar para sempre, e os homens correm uns atrás dos outros com fome com ódio com o amor em farrapos doentes de tanto cotidiano , que no ano tal eu gastei mais que devia e fiz mais do que devia e que enchi o saco de muita gente e que fui grosso e desleal, que menti e traí e fui tão péssimo no amor usando meu parceiro como embalagem de porra e que tenho 12 pecados capitais e seus reversos e sujeiras tão entranhadas na alma que nem negociando toda essa dívida com a eternidade, nem que eu sacasse todo meu dinheiro do banco, nem que eu ajoelhasse no milho, não, eu jamais teria meu nome fora do Cerasa existencial. (pausa)
e ali estava eu com o cu na mão e no volante e o celular na outra e o cigarro e a vodca e o sei lá mais o que unhas roídas e ...
as gotas de chuva foram parando lentaaaamennnteee no ar...
a pasinha que limpa o para-brisa o para-chuva o para-something parando lentamente no ar. a chuva estática como num arranjo lindo de shopping center, cheio de luzinhas e emoção os sons das buzinas engrossando lentos arrotos de sapos de outras dimensões.
finalmente as luzes apagaram, os sons silenciaram.
nenhuma cor imagem ou som.
nenhuma sensação corporal. nem meus dedos doídos pelo frio e pelas mordidas incessantes nas unhas.
nada que eu pudesse perceber por qualquer sentido nem meu carro nem a rua nem meu corpo.
nem mais a voz da telemoça
nem o espírito do patentão do zé ninguém de deus da boneca cósmica ninguém
naquela hora congelada ninguém nem nada, nem o frio agora distante e memorioso, ninguém. (pausa)
subito meus olhos são lançados a uma altura inimaginável e me vejo sobre uma superfície reta lisa negra de limites que se perdem num horizonte que mal se define ao longe uma linha imaginada no limite da visão.
a imagem se forma aos poucos (pausa)
vou botar alguma ordem nesse galinheiro! não é por que eu atendi a porra do telefone e tudo ficou preto que eu devo perder o controle. o controle o. o controle sobre mim mesmo o. sobre mim sobre o que eu falo sobre eu. sobre eu mesmo sob controle. (pausa)
vamos tentar ser racionais, calmos e racionais (pausa)
vamos falar de medidas... de tamanhos.... de materiais.
vou ser um bom professor. eu juro! já erguendo a régua na mão.
(pausa)
imaginem um círculo! assim! uma circuferência! assim, gostoso! uma laranja! assim, assim! cortada ao meio! assim! agora insiram dentro dessa circuferência, dentro da laranjinha da imaginação um quadrado! assim, bonito! todos os ângulos, as esquininhas do quadrado, que são 4, tocam a circuferência! assim! agora imaginem que essa laranja não é uma laranja, mas é o planeta terra! ahh tu não consegue é seu capenga! imagina uma lanranja do tamanho exato pra ser morida pela bonacona deus, o planeta! esse enorme plano sobre o qual eu flutuo tem o tamanho de um quadrado inserido na circuferência da terra inteira, desse planeta. simples né? sacou?
(pausa)
eu estava sobre ele onde o cima e o baixo se tocam no horizonte que imagino longe, dentro do planeta. nada de fogo lava vulcões e gente cagada chorando peidando e rangendo os dentes. Não. Dante era apenas um velho fetichista qque batia muita punheta inventando safadesas onanistas num inferno que mais parece a disney administrada pelo zé do caixão. (pausa)
dentro da terra, pessoal, não tem nada. (pausa)
é uma superfície negra, enooooooorme e vazia. (pausa)
eu eu estava lá. (pausa)
uma vertigem faz meu estômago querer pular pela boca, viva! viva! eu estou SENTINDO alguma coisa, eu estou caiiiiindoooooooo! VIVA! pra baixo pra cima eu caio lindo e em alta velocidade,até que percebo que essa superfície não é lisa não, é cheio de ranhuras é um microchip gigante, um macrochip todo negro e sulcado matematicamente, o grande quadradão do centro da terra, dividido em 4 quadrados menores e cada um se dividindo em quatro quadrados ainda menores e cada um dos menorzinhos em quadradinhos pecorruchos ainda menores e os pecorruchinhos em mínimos nenês de quadrados menores e e menores e mais e mais e mais e mais até chegar ao tamanho daqueles embriões que nem nasceram e ja viream morar aqui. ali. lá. aqui! (pausa)
As linhas, vou percebendo enquanto caio, formam avenidas principais que cruzam bem no meio. uma cruz, no meio uma encruzilhada, uma cruz. (pausa)
ou um xis, dependendo do ponto de vista. (pausa) sugestivo, muito sugestivo, mas eu nem sou católico. (pausa)
eu desço até tocar meus pés no centro do quadradão. na encruzilhada central. não pensem que ali existem muros e que eu estava num labirindo nem nada. não. quando toquei meus pés no chão percebi que as ranhuras que via de cima era apenas divisões entre blocos de granito negro ou mármore negro, muito baixos, como caixões organizados ao infinito, baixinhos e retangulares de... aquilo me parecia um mármore negro ou granito ou mármore mesmo mas sem aqueles rajadinhos no meio, pura pedra preta e lapidada, igual ao chão, tudo do mesmo material, um megalochip negro e gigantesco.
(pausa)
ai que bosta! só me faltava essa! to fodido! to doente da cabeça! comi merda me internaram me doparam e não me avisaram. melhor, joguei pedra na cruz, matei meu pai e comi minha mãe como todo bom otário criado num divã. analisado e catalogado. mórbido. perverso e infatil. não não. simplesmente atendi o telefone no trânsito louco e vim dar nesse lugar. (pausa)
uma paisagem existencial cemiterial de escala cósmica. um labirindo de vias retas. onde ninguém escapa por que não há ninguém. é um monumento, sei lá. mas eu posso sair. se eu me lembro bem, seguindo qaulquer uma dessas 4 avenidas que se perdem no infinito um dia eu chegarei nas bordas...um dia saio.
e fui andando por entre as... lápides? pareciam lápides, não lápides, pedras de túmulos, não sei, sem isncrições sem nada, todas iguais, baixas negras espaçadas matematicamnete até perder de vista.
(pausa)
caminhar rápido e não olhar pros lados é o que eu tinha aprendido em uma vida inteira morando na selva da cidade, se corrrer o bicho pega e se ficar o bixo come. como meu pinto naquela de chuva torrencial tinha congelado e regredido a uma proto-vagina e a premissa de uma boa foda só me remetia a lugares escuros onde pessoas imundas grudam-se como sanguessugas vigolentas eu resolvi nem correr nem correr nem andar mas seguir em frente sem olhar e sem pensar só seguir em frente. (pausa)
to cansado. vou deitar numa dessa caminhas. elas tem um tamanho perfeito pra deitar. deitar fechar os olhos e descançar. são caminhas de pedra distribuídas ao infinito, aqui deve ser o dark room da existência, o ponto final de qualquer viajante.
(pausa)
foi quando percebi que em cada retangulinho nascia uma caveira e logo toda paisagem estava tomada de ossos, deu pra perceber o drama. o cenário desolado agora parecia mais o clipe do triller, caveiras de todas os tamnahos cores e formatos vinham em minha direção emargindo das tumbas, vindo em minha direção. sai correndo e elas vieram pra cima com tudo, saltos longos, dentres pontiagudos olhos cavados fundo, as falanges expostas, punhalaço no peito. escuridão.
(pausa)
um cheiro de cachorro molhado, abro os olhos frente a um colosso orgânico que respira e se contrai , pela de feltro cinza desses de embalar mendigos peludo e pulsante. essa meus senhores é a vênus do undergroud. ela ta parindo um filho. a vênus nem tem rosto mas tem barrigas e tetas e pêlos. ela come lentinhas e aumenta de tamanho. a vênuasalimenta seu feto morto ela cresce seu bebê ela vai parir pra mim. a buça negra vai se abrindo e deixa antever o cabeção.
"alô alô, você deve! DEVE!"
(pausa)
o celular toca
a mandíbula se contrai.
a chuva cai infernalmente nessas noites nojentas e chuvosas da hora do rush.
piso no acelerador mas o trânsito está parado.
o celular toca
eu não voue atender essa porra não.
eu não vou atender pode ser algúem indo pra algum lugar eu não vou não.
o celular toca as luzinhas brancasamarelasvermelhasasbuzinas
não vou atender não
não vou atender eu

(luz baixa, escuridão)


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