sábado, 13 de setembro de 2008

Ainda sobre a oficina aberta da "Teresa e o Aquário"

Eu queria ouvir tu falando bem perto da minha boca pra sentir o cheiro do teu hálito. Te cobrindo e acariciando com meus olhos. Tocando na textura quente - maleável do teu rosto. Os odores do pescoço, doce doce doce , as rachaduras da pele levemente esbranquiçadas. Eu enxugo as tuas lágrimas e sinto sede. Imagino como seria o gosto dessa lágrima brilhosa com transparêcias coloridas pelas luzes das florescentes. Eu te provoco um sorriso à força e misturo lágrimas- minha pele- tua boca. Faço piadas pra te ver sorrindo só mais uma vez, e tu decide ir embora.
- FICA... FICA! FICAFICAAA! Mas tu some pelos portais.
Agora eu fico imaginando tu falando bem perto da minha boca pra eu poder sentir o gosto do teu hálito aquecido por dentro. Te envolvendo num campo de força com meus olhos. Cada detalhe teu me conforta. Me faz sentir mais vivo pulsante. Vontade de ser eterno, não cabendo mais no corpo - frágil embalagem de tudo aquilo que me contém. Imaginando os meus lábios descendo pelo teu pescoço, por entres as minúsculas dobras brancas da pele. Eu sentindo cada gota de lágrima adocicando minhas gengivas. Imagino piadas só pra te ver sorrindo mais uma vez, porque quando tu começa a sorrir eu me dissolvo completamente... nada se compara a esse momento fortuito, efêmero da tua boca se abrindo num desenho mágico, assustador.
É bom estar vivo.

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